Movimento Punk

Com o visual fugindo dos padrões que a sociedade impõe através do modismo, mostrando sua revolta pelo corte de cabelo à moicano (ou cabelos espetados) coloridos, roupas velhas surradas (em oposição ao consumismo), jaquetas arrebitadas com frases de indignação às injustiças do Estado repressor e a atitude subversiva, se mostra o PUNK.

                                   

Esse movimento não fica calado, acomodado, como a maioria dos jovens e o povo em geral, fazendo manifestações, panfletagens, boicotes, passeatas: mostrando sua cultura e seu repúdio a todas as formas de fascismo, nazismo e racismo, autoritarismo, sexismo e comando; vendo como solução a autogestão (ou seja anarquia) para a libertação dos povos, raças, homens e mulheres.

Em palavras mais claras, autogestão seria a organização dos povos sem fronteiras nem lideranças autoritárias e partidárias, com plena igualdade, onde todos participariam da resolução dos problemas sociais. O punk também mostra sua cultura anticapitalista pelo FANZINE (jornal político-alternativo), pela música HARDCORE, som simples e direto, não comercializável, trazendo propostas políticas, seu comportamento livre e objetivo, fazendo com que o Punk NÃO SEJA UMA MODA e sim um modo de vida e pensamento.

Atualmente o movimento atua com outros oprimidos grupos como: homossexuais, por achar que todos têm o direito de opção sexual sem ser discriminado; grupos de negros, feministas e outros grupos de atividades alternativas e libertárias. Também mantém ligação com outros punks do Brasil e mundo, levando a cultura internacionalista, não patriota.

Saiba e conscientize-se que Punk não é bagunça, muito pelo contrário é um movimento cultural de luta e ação direta, de liberdade de expressão e de comportamento. O movimento que surgiu a quase duas décadas, como contestação, evoluiu evolui até hoje...

          Foto: Valterci Santos 
            (Manifestação em prol dos excluídos, realizada em Curitiba no dia 7 de setembro)


O punk se opõe e odeia todo tipo de poder ou autoritarismo, tudo que oprime a liberdade de se expressar ou de pensar do ser humano, por isso eles dedicam a sua vida na luta por uma nova sociedade livre de qualquer preconceito, exploração. E essa sociedade é claro que só pode ser a plenitude de uma sociedade anarquista.

O punk é anarquista por essência, é libertário por convicção e não por conveniência, por isso ele anarquiza o cotidiano e cotidianiza o anarquismo. Estão todos juntos por uma mesma causa, mas cada um é anarquista da sua forma, do seu  jeito, por isso cada um tem seus métodos, na maioria das vezes a “ação direta”, mas o que é mais importante é que se faça valer o seu lema “do it your self” (faça você mesmo), por isso o punk além de altruísmo, significa também “responsabilidade”.

Uma de suas formas de protesto, de diversão, e de principalmente, divulgar a sua ideologia, é através também da música, “O Hardcore”, um som simples  e direto, que abordam letras coerentes com temas políticos, envolvendo a “realidade incógnita”, é um som não comercializável, a palavra “fama” é estranha à essência do hardcore, pois não tem afinidade alguma em produzir lucro. “A dança”, é um pouco a qual expelem sua angústia, o seu sentimento, de emoção e repúdio.
 

                


O estilo punk pode ser reconhecido pela combinação de alguns elementos considerados típicos (alfinetes,  patches, lenços no pescoço ou à mostra no bolso traseiro da calça, calças jeans rasgadas, calças pretas justas, bondage pants (calças xadrez com vários zípers nas pernas), bottons de bandas punk e de protesto, jaquetas de couro com rebites e mensagens inscritas nas costas, coturnos, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano, colorido ou espetado, etc), sendo esta combinação aleatória ou de acordo com combinações comuns à certos sub-gêneros punk, ou ainda o reconhecimento pode ser pelo uso de uma aparência que seja desleixada, "artesanalmente" adaptada e que carregue alguma sugestão ou similaridade com o punk sem necessariamente utilizar os itens tradicionais do estilo. 





                                       
 
 
(Videoclipe da banda Punk brasileira, Garotos Podres)

Fonte:
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Moda_punk)
(http://www.moisesneto.com.br/punk.html)

Hippies

O movimento e cultura Hippie nasceu nos anos 60 mas teve o seu maior desenvolvimento nos anos 70, nos EUA. Foi um movimento de uma juventude rica e escolarizada que recusava as injustiças e desigualdades da sociedade americana, nomeadamente a segregação racial.

Os hippies adotaram religiões como o budismo, o hinduismo e/ou religiões das culturas nativas norte-americanas.

Eles estavam em desacordo com os valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias.

Adotaram um estilo de vida nômade, deixando o conforto dos seus lares. Viviam em comunidades com outros hippies ou em lugares rurais.

Hippies, anos 60.


Tinham um modo de vida comunitário estando em comunhão com a natureza.

Usavam roupas velhas e naturalmente rasgadas, para ir em oposição ao consumismo, ou então roupas com cores berrantes para fazer apologia à psicodélia, além de diversos outros estilos incomuns (tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana). Também usavam túnicas, sandálias, cabelos compridos em ambos os sexos e flores no cabelo.

Os hippies adotaram o símbolo da paz que foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha contra o desarmamento nuclear, nos anos 60.

Símbolo citado, colorido.


Este símbolo tem o nome de Mandala.

Os hippies defendiam a "paz" e o "amor". Eles negavam o nacionalismo e a Guerra do Viatnã, asiim como qualquer outra. Desconfiavam do poder econômico-militar e defendiam os valores da natureza.

Gírias hippies surgiram no Brasil principalmente nos anos 70 e toranram-se moda entre os jovens.

Os hippies compartilhavam tudo, desde a comida aos companheiros. A frase que melhor resume este sentimento foi a famosa "make love not war" ("faça amor, não guerra").

Cartoon "make love, not war".


Fonte:
pt.wikipedia.org

Movimento Anarquista





O Anarquismo pode ser definido como conjunto de princípios políticos, sociais e culturais que defendem o fim de qualquer forma de autoridade e dominação política, social, econômica e religiosa. A proposta dos anarquistas é contraditória ao sistema capitalistaa existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Idealistas são a favor de uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade, coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade  e forma de governo baseada na autogestão. 



Anarquismo no Brasil



Apesar de o anarquismo ser diferente na Europa e Brasil, ele tinha uma mensagem comum nos dois: a liberdade e a igualdade só serão conquistadas com o fim do capitalismo e do Estado que o defende. O anarquismo considerava, assim como o socialismo, que a propriedade privada era o principal problema da sociedade, argumentando que os "recursos naturais da terra" pertencem à todos, ou seja, sua apropriação para uso pessoal é roubo. O sistema capitalista causou o empobrecimento e exploração de muitos para a riqueza e avareza de poucos. Os fortes obrigaram os fracos à servir e em uma luta incessante pela riqueza as diversas nações entraram em guerra. Assim, claramente, podemos perceber que o capitalismo foi criado para atender à necessidade de uma classe dominadora e exploradora e não ao resto da sociedade.



Os anarquistas insistem que os meios de propaganda e educação recebem o apoio e o controle do Estado, para perpetuar os objetivos deste. A religião, é uma importantíssima ferramenta para os burgueses pois pacífica o trabalhador, levando- o a aceitar a miséria sem protestos, induzindo-o a desistir de sua liberdade e aceitar a dominação dos que "roubam" o fruto de seu trabalho. As escolas são usadas para ensinar aos homens a obediência às instituições já formadas; homens são treinados para adorar o seu país, dispondo- se sempre a dar sua vida pelos interesses de sus exploradores.






Manifestantes
 Então, somente eliminando o Estado e a propriedade privada é que o homem será totalmente livre, de suas carências, dominação, para desenvolver seu potencial ao máximo. Em uma sociedade anarquista as leis e a violência serão desnecessárias pois os homens livres serão capazes de cooperar para o bem da humanidade. Nessa sociedade, a produção seria feita de acordo com as necessidades da população e não para o enriquecimento de alguns poucos; com o fim das propriedades privadas não haveriam mais assaltos, ninguém iria cobiçar o que é dos outros (pois nada seria dos outros); acabaria a exploração das mulheres, cada um poderia amar à quem quisesse, independentemente de sua classe social e grau de riqueza, sem ser necessário o casamento; não existiria mais a violência e nem as guerras, ninguém mais lutaria por riquezas e não existiria mais o nacionalismo, racismo, carência e competição.

Anarquistas mais conhecidos

Internacionalmente conhecidos

Pierre Joseph Proudhon, o "pai" do Anarquismo

Anarquistas brasileiros

Raul Seixas


Anarquistas portugueses


Fonte:
http://www.suapesquisa.com

Contracultura no Brasil

A cultura jovem brasileira dos anos 50 sofreu uma influencia direta dos Estados Unidos, pois nessa época o Brasil havia entrado na onda da industrialização permitindo, com a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, que a cultura estrangeira se incorporasse à cultura nacional, propiciando o surgimento de novos movimentos como a bossa nova. O rock’n’roll também chegou ao Brasil através do cinema e seus sucessos foram regravados por cantores e cantoras brasileiras.

Foi somente a partir dos anos 60 que a juventude se mostrou mais engajada e politizada. A guerra do Vietnã e os movimentos negros motivaram os jovens a lutar pela transformação da sociedade. Esse quadro político e social propiciou o aparecimento da canção de protesto, mas, ao mesmo tempo houve a ascensão do rock britânico através de bandas como os Beatles e os Rolling Stones.

Na segunda metade dos anos 60, houve uma radicalização dos movimentos jovens, foi um período marcado pela contracultura, fenômeno no qual o jovem passava a se conduzir de forma contrária os valores estabelecidos pela sociedade. Os movimentos de contracultura, como por exemplo o hippie, nasceram do desejo de uma felicidade individual, simples, distante da sociedade de consumo e do moralismo. Daí veio o culto à paz, harmonia, o amor livre o misticismo e o uso de drogas como o LSD.

A contestação dos movimentos de contracultura culminou com a radicalização dos movimentos estudantis a partir do maio de 68 na França, que não estava vinculado a nenhuma ideologia específica, mas apregoava o direito de cada um de pensar e se expressar livremente.

No final da década de 60, os movimentos de contracultura se fragmentaram, sendo que alguns desses fragmentos foram assimilados pela indústria cultural.

No Brasil, a década de 60 foi marcada por uma profunda agitação política e diversas correntes culturais. Havia a cultura engajada dos Centros Populares de Cultura que continha uma intensa militância política na qual uma parte do movimento da bossa nova evoluiu para as canções de protesto com o objetivo de conscientizar as classes populares. Por outro lado, havia a cultura de consumo, representada pela Jovem Guarda e baseada na cultura do rock cujos maiores representantes eram Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia. No meio do caminho entre essas duas correntes surgiu o Tropicalismo, movimento liderado por Caetano Veloso, Gilberto Gil e inspirado no antropofagismo das vanguardas modernistas brasileiras dos anos 20. Por não se encaixar nem nos padrões estéticos da cultura engajada esquerdista nem no padrão de consumo industrial, o Tropicalismo teve curta duração.

Quando falamos do movimento de contracultura no Brasil, não podemos esquecer de grandes nomes como Raul Seixas e Paulo Coelho, dois artistas intelectualizados, adotaram gestos e gírias contraculturais, lançaram um manifesto, e começaram a fazer sucesso com músicas e alguns textos em que narravam experiências, atitudes e indagações que marcaram o período, especialmente a transformação de valores que o fim da década de 60 assistiu, quem não se lembra da sociedade alternativa.

Já o cinema brasileiro desse período fez muito sucesso, inclusive internacional. O Cinema Novo sofreu influência da Nouvelle Vague francesa e se desenvolveu graças ao ambiente favorável da cultura engajada, promovendo uma visão crítica da situação política e social do Brasil. Após o golpe militar de 64, o Cinema Novo passou a refletir sobre o papel da própria esquerda, focalizando a classe média urbana.

Nos anos 70, com a assimilação da contracultura, a cultura jovem se dividiu e se sofisticou com o rock progressivo, o heavy metal e a discothèque. Reagindo a essa tendência, surgiu o movimento punk, vinculado à juventude proletária das grandes cidades, que iria reciclar o rock, tocando-o de forma menos sofisticada. Os punks organizaram seus grupos musicais que eram contra o sistema industrial, vinculando-se a gravadoras independentes.

Como reflexo da onda hippie dos anos 60, o movimento de contracultura no Brasil surgiu na década de 70, em um momento de intensa repressão pela ditadura militar. Era um movimento híbrido de contestação que misturava elementos da contracultura hippie com a cultura popular brasileira. Esse movimento era denominado de “cultura marginal” e foi difundida através de publicações alternativas com Pasquim, Bondinho, Rolling Stone entre outras.

Na área cinematográfica, iniciou-se a produção de um cinema “marginal” que procurava revolucionar a linguagem através de um discurso fragmentado incorporando elementos de kich e absurdos.

Nos aos 80, a cultura jovem passou a envolver movimentos pacifistas e ecologistas ao redor do mundo, denunciando os problemas envolvendo os países de terceiro mundo e o meio ambiente. Em contrapartida os avanços tecnológicos passaram a influenciar a música (pós-punk, hardcore trash metal, tecnopop entre outros) e o cinema (efeitos especiais). A formação de entidades ecológicas também envolveu a juventude brasileira, que inclusive participou do movimento das Diretas Já, lutando pelo processo de redemocratização. Na música, o rock nacional ganhou espaço tanto por meio de gravadoras quanto nos selos independentes.

A cultura jovem dos anos 90 foi influenciada pela globalização, pelo avanço representado pela internet e foi marcada por grupos como cyberpunks e movimentos como o grunge. No Brasil, a juventude participou ativamente do movimento dos caras-pintadas pelo impeachment do presidente Collor. Foi também a época da expansão do hip hop e o surgimento do mangue beat.

Os movimentos culturais da juventude se apresentaram ao longo da história das mais diversas formas e linguagens, porém, de um modo geral, mantinham um objetivo comum e universal, de romper com antigos costumes e imposições sociais, provocando discussão sobre assuntos considerados tabus e buscando a renovação e transformação da sociedade.


A cultura hippie nasceu do desejo de uma felicidade individual, simples, distante da sociedade de consumo e do moralismo.








A bossa nova evoluiu para as canções de protesto com o objetivo de conscientizar as classes populares.







O movimento hip hop brasileiro tomou para si diversos traços de natureza contracultural.






Fonte:

Contracultura

Nas sociedades capitalistas, a organização da sociedade e das instituições promoveu a observância de um interessante processo de homogeneização da população como um todo. Diversos teóricos apontaram uma reprodutibilidade em alta escala de formas de pensar, agir e sentir que estariam sendo levadas a todos os indivíduos com o objetivo de propagar uma mesma compreensão do mundo. Nas Ciências Humanas, os conceitos de “cultura de massa” e “indústria cultural” surgiram justamente para consolidar tal ideia.

Em muitos estudos, alguns pesquisadores tiveram a intenção de mostrar como determinadas ideologias ganham alcance na sociedade e, a partir de sua propagação, passam a sedimentar um costume compreendido como natural. Apesar da relevância incontestável desse tipo de trabalho, outros importantes pensadores da cultura estabeleceram um questionamento sobre essa ideia de “cultura dominante” ao mostrarem outra possibilidade de resposta para o tema.

Partindo para o campo das práticas culturais, também podemos notar que o desenvolvimento de costumes vão justamente contra os pressupostos comungados pela maioria. Foi nesse momento em que passou a se trabalhar com o conceito de “contracultura”, definidor de todas as práticas e manifestações que visam criticar, debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um determinado contexto sócio-histórico.

Um dos mais reconhecidos tipos de manifestação contracultural aconteceu nas décadas de 1950 e 1960, nos Estados Unidos. Após a saída deste país da Segunda Guerra Mundial, um verdadeiro “baby-boom” foi responsável pelo surgimento de uma nova geração que viveria todo o conforto de um país que se enriqueceu rapidamente. Contudo, ao contrário do que se podia esperar, essa geração desempenhou o papel de apontar os limites e problemas gerados pela sociedade capitalista.

Rejeitando o elogio cego à nação, o trabalho e a rápida ascensão social, esses jovens buscaram um refúgio contra as instituições e valores que defendiam o consumismo e o cumprimento das obrigações. A partir daí foi dado o aparecimento do movimento hippie, que incitou milhares de jovens a cultuarem o amor livre, o desprendimento às convenções e o desenvolvimento de todo um mundo que fosse alternativo ao que fosse oferecido pelo sempre tão criticado “sistema”.

No Brasil, essa ideia de contracultura pode ser observada com o desenvolvimento do movimento hip hop. Embalados pela “beat” eletrônico e letras com rimas ácidas, diversos jovens da periferia dos grandes centros urbanos absorveram um gênero musical estrangeiro para retratar a miséria e violência que se alastravam em várias cidades do país. Atualmente, essa manifestação se diversificou e protagoniza a realização de diversos projetos sociais que divulgam cultura e educação.

Com respeito ao conceito de contracultura, não podemos simplesmente pensar que ele vá simplesmente definir a existência de uma cultura única e original. Pelo contrário, as manifestações de traço contracultural têm a importante função de revisar os valores absorvidos em nosso cotidiano e, dessa forma, indicar novos caminhos pelo qual o homem trilha suas opções. Assim, é necessário sempre afirmar que contracultura também é cultura!

De um modo geral, podemos citar como características principais deste movimento, nas décadas de 1960 e 1970: 

- Valorização da natureza;
- Vida comunitária;
- Luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão);
- Vegetarianismo: busca de uma alimentação natural;
- Respeito às minorias raciais e culturais;
- Experiência com drogas psicodélicas;
- Liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos;
- Anticonsumismo;
- Aproximação das práticas religiosas orientais, principalmente do budismo;
- Crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão;
- Discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado.

Fontes: